Marca de água – Um elemento de Segurança ímpar que resiste ao passar do tempo - Contrafação

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Marca de água – Um elemento de Segurança ímpar que resiste ao passar do tempo - Contrafação

A marca de água ou filigrana, como por vezes também é designada, é um dos mais antigos elementos de segurança vastamente utilizados na segurança de documentos públicos e privados em todo o mundo.

Contrafação

 

 

Como vimos, a marca de água é um dos elementos de segurança utilizados nos documentos de segurança com maior longevidade, e sendo um dos mais antigos e seguros é igualmente um dos mais falsificados. Tal fica a dever-se seguramente ao facto de ser um dos elementos mais conhecidos do público em geral e como tal ser frequentemente verificado e tal verificação ser bastante simples e fiável, pois bastará colocar o documento em contraluz para poder fazer uma rápida verificação do mesmo. Em regra, as formas mais usuais de imitações da marca de água, com que os peritos em documentoscopia se deparam são diferentes tipos de impressão geralmente com tintas com cores sépia, branca ou outras que imitem o efeito pretendido. A par com os diferentes tipos de impressão utilizados na sua imitação encontramos também as estampadas a seco, ou com substâncias gordas ou até mesmo imitações manuais feitas com ou sem recurso a escantilhões. Veja-se que, a referência que aqui é feita é a imitações da marca de água e não à sua contrafação, pois o que se nos depara hoje em dia é uma quase nula contrafação deste elemento, pois tal acarreta o recurso ao fabrico do papel, bastante complexo e oneroso, sendo certo que aquilo que os falsários pretendem ao produzir um documento falso, é que o mesmo seja suficientemente bom para ludibriar quem tenha a missão do verificar, gastando com isso o menos possível. Sendo que, como referido no parágrafo anterior, as imitações mais comuns deste elemento de segurança são as impressas, verifica-se hoje me dia que devido ao enorme avanço das técnicas de impressão baseadas em sistemas digitais, um cada vez mais crescente uso dessas técnicas para imitar a marca de água, nomeadamente o recurso à impressão por processos eletrofotográficos com toner ou cera brancos. Estas imitações da marca de água podem surgir-nos na frente ou no verso dos documentos, muitas vezes em ambos os lados ou ainda no interior de duas folhas de papel coladas entre si, o que dificulta a sua verificação e poderá confundir o seu observador com uma verdadeira marca de água, uma vez que esta também será melhor observada se o documento for colocado em contraluz ou luz transmitida.

 

 

Conclusão

 

 

Em conclusão podemos referir que a marca de água se trata de um dos mais antigos elementos de segurança, mas que, contudo, se apresenta nos nossos dias como um dos mais utilizados e bem-sucedidos elementos de segurança. A marca de água sofreu alterações ao longo dos tempos, desde a sua invenção em 1282 em Fabriano, tendo inicialmente sido não mais de que uns pequenos traços ou marcas que serviam para atestar a origem do papel fabricado, nessa época ainda de forma artesanal. Atualmente a marca de água é fabricada com três finalidades distintas: para atestar a origem de um determinado papel, como adorno ou diferenciação de diferentes tipos de papeis entre fabricantes ou até do mesmo fabricante, para distinguir lotes, e finalmente, aquela que é seguramente na atualidade a grande finalidade da marca de água, servir como elemento de segurança de diferentes tipos de documentos de segurança, ou seja dificultar a falsificação ou contrafação de documentos, especialmente documentos de identificação e viagem e de documentos de valor fiduciário direto.

 

 

 

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Artigo da autoria de:
Manuel Mourato

Mestre em Liderança de Pessoas e Organizações, pela Academia Militar. Perito Forense Sénior no Centro Nacional de Análise de Contrafações do Laboratório de Polícia Científica da Polícia Judiciária. Professor Auxiliar no Instituto Universitário Egas Moniz, sendo Regente da Unidade Curricular de Documentoscopia do Curso de Licenciatura em Ciências Forenses e Criminais e lecionando também na Unidade Curricular de Química Analítica Forense do Curso de Mestrado em Técnicas Laboratoriais em Ciências Forenses. Docente no Curso EAD de Pós-Graduação/MBA de Gestão de Riscos de Fraudes e Compliance da Fundação Instituto de Administração (FIA) de S. Paulo no Brasil. Tem o Curso de Formação Pedagógica de Formadores. Perito Forense Sénior desde julho de 2000. Membro fundador do Centro Nacional de Análise de contrafações Português e formador no Instituto de Polícia Judiciária e Ciências Criminais.