Falar em público: um dom ou uma arte desenvolvida?

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Falar em público: um dom ou uma arte desenvolvida?

A capacidade de falar em público tem sido cada vez mais valorizada no contexto profissional, mas também pessoal. A forma como comunicamos, pode levar-nos ao sucesso, mas também levar à perda de oportunidades. Por isso, é fundamental que quando comunicamos em público, tenhamos em atenção vários aspetos que podem fazer a diferença.

 

Falar em Público

 

Muitas pessoas têm ideia que falar em público é um dom. Mas será que é mesmo? A resposta é “não”! As caraterísticas pessoais e a personalidade de algumas pessoas sugerem que, para elas, falar em público é um dom, algo que lhes é inato. Mas a verdade, é que ao longo dos anos, foram desenvolvendo esta capacidade nos mais diversos contextos e, pela prática, falar em público foi-lhe parecendo cada vez mais natural. Por isso, se pretende desenvolver esta capacidade, vai sempre a tempo. Todos nós temos potencial para falar em público!

 

 

Como podemos desenvolver a capacidade de falar em público?

 

Em primeiro lugar, temos de QUERER! Sem vontade, é muito difícil evoluir. Mas, para isso, é essencial um segundo aspeto: o AUTOCONHECIMENTO. Se não nos conhecermos verdadeiramente enquanto oradores (sobretudo os nossos pontos fortes e os aspetos que temos que melhorar), não iremos conseguir evoluir. O autoconhecimento pode ser adquirido por meio de autoanálise (como por exemplo, gravarmos a nossa comunicação e, posteriormente, a analisarmos) e também pelo feedback das pessoas que assistem à nossa comunicação.

 

O terceiro aspeto é a PREPARAÇÃO. Seja qual for o tempo de antecedência, é essencial prepararmos a nossa comunicação, tanto em relação aos conteúdos que queremos abordar, quanto à forma como os vamos expor. Devemos sempre definir, pelo menos, as seguintes quatro dimensões: o contexto (se é, por exemplo, uma apresentação, palestra, reunião ou formação); o público para quem iremos falar (as suas idades, escolaridade, o conhecimento e interesse que têm sobre o tema, entre outras caraterísticas); os objetivos (por exemplo, se queremos informar, motivar, inspirar e/ou persuadir); e os recursos materiais que vamos precisar (como o computador, projetor e ponteiro).

 

E o último aspeto, mas não menos importante: PRATICAR, PRATICAR e PRATICAR. É a prática que nos vai permitir sentir confortáveis com a nossa comunicação. Mas como podemos esperar ter resultados diferentes, se fazemos sempre da mesma maneira? A prática tem que ser deliberada e consciente, na medida em que devemos analisar o que queremos manter (porque já fazemos bem) e o que queremos melhorar. Só assim conseguimos evoluir enquanto oradores.

 

 

Que componentes da comunicação devemos analisar?

 

Todas! Tudo o que expressamos verbal e não verbalmente.

 

Em relação aos aspetos verbais, devemos analisar o conteúdo que transmitimos (as mensagens) e a forma como articulamos essas palavras (dicção). Se o meu conteúdo é rico, mas eu não conseguir pronunciar com clareza a minha mensagem, o público vai ter dificuldade em entender o que eu digo e, provavelmente, vai deixar de me de prestar atenção. O mesmo acontece na situação inversa!

 

Por outro lado, os aspetos não verbais, que muitas vezes são esquecidos nesta análise, incluem: a postura corporal, gesticulações (gestos), expressões faciais, contacto visual, ritmo de fala, pausas e movimentação. Se eu tiver um bom conteúdo e transmiti-lo com clareza, de certeza que não será recebido com um impacto tão forte, se eu nunca estabelecer contacto visual com o público ou se eu não fizer gesticulações que sejam coerentes com esse conteúdo.

 

Já a voz engloba aspetos verbais (como a projeção) e não verbais (como o volume, intensidade, tom, ênfase e emoção). Imagine que está a falar de um problema pelo qual passou e que superou com sucesso. A mensagem não será recebida se o público não o conseguir ouvir (por não estar a conseguir projetar a sua voz) ou o conteúdo não causará impacto na sua audiência, se não for mudando as emoções transmitidas pela sua voz. Nesta situação, seria de esperar que a sua voz transmitisse sentimentos como preocupação e ansiedade (quando primeiro fala sobre o problema) e sensação de alívio e superação (quando refere a resolução do mesmo).

 

Não se assuste por saber que é importante analisar todas estas componentes da comunicação. Selecione uma de cada vez para analisar e praticar. Aos poucos, vai conseguindo juntá-las num todo e, com a prática, vai começar a sentir-se mais confiante e confortável, permitindo-lhe desenvolver com sucesso a capacidade de falar em público.

 

 

Mas eu tenho medo de falar em público…

 

E acredite que não é o único! Estudos realizados demonstram que para muitas pessoas, o medo de falar em público é maior do que o medo de morrer! E se alguém lhe disser que nunca sente algum nervosismo quando fala em público, não acredite! Segundo Mark Twain (escritor e palestrante) “só existem dois tipos de oradores no mundo: os que se sentem nervosos e os mentirosos”. Mesmo o orador mais confiante e com experiência, sente sempre algum nervosismo. E se é verdade que “o medo não desparece”, a boa notícia é que se pode controlar! Existem algumas estratégias e exercícios que podem ajudar (como o controlo da respiração e adoção de posturas corporais de confiança), sendo acima de tudo imprescindível que domine os conteúdos e pratique para ganhar conforto e confiança com a sua comunicação.

 

 

 

 

 

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da autoria de:
Teresa Mourão

Licenciada em Terapia da Fala pela Escola Superior de Saúde de Alcoitão, com experiência profissional em contexto hospitalar, clínico e domiciliar há 18 anos, nas áreas de Comunicação, Linguagem e Deglutição, em adultos. Mestre em Psicologia da Saúde pelo Instituto Superior de Psicologia Aplicada. Coach de Comunicação e Voz pela High Performance Vocal Coaching. Docente do CRIAP na Especialização em Perturbações Neurológicas da Comunicação no Adulto e da Universidade Católica Portuguesa no Mestrado em Cuidados Paliativos. Formadora na Santa Casa da Misericórdia da Amadora. Co-orientadora de duas Teses de Mestrado em Cuidados Paliativos. Orientadora de Estágios da Licenciatura em Terapia da Fala desde 2010 e de Estágios do Mestrado em Cuidados Paliativos desde 2019. Oradora em Formações, Workshops, Congressos e Palestras como Terapeuta da Fala e Coach de Comunicação. Autora de um capítulo no Livro “Reabilitação em Cuidados Paliativos” (Editora Lusodidacta).