O Dia Mundial da Saúde, dia 7 de abril, é um apelo à reflexão sobre a forma como vivemos, cuidamos e valorizamos a nossa saúde e a dos outros. É uma oportunidade para honrar os que se dedicam incansavelmente aos cuidados de saúde e, simultaneamente, para denunciar desigualdades, fragilidades sistémicas e lacunas que comprometem o direito à saúde de milhões de pessoas.
A origem do Dia Mundial da Saúde
Esta celebração foi instituída pela
Organização Mundial da Saúde (OMS) em 1948, que marca o aniversário da sua fundação. Desde então, este dia tornou-se uma forma de consciencialização global, mobilizando governos, instituições e cidadãos em torno de temas prioritários a nível da saúde mundial.
O papel da Organização Mundial da Saúde na saúde global
A OMS é responsável por proteger a saúde pública a nível mundial. Estabelece orientações, coordena respostas a crises de saúde, promove a investigação e apoia os países no reforço dos seus sistemas de saúde. O seu papel tornou-se ainda mais evidente durante a pandemia de COVID-19, altura em que a coordenação entre países foi essencial para salvar vidas e reduzir o impacto do caos.
O conceito ampliado de saúde
A saúde não se limita à ausência de doenças. Trata-se de um estado de completo bem-estar físico, mental e social. Esta visão holística exige abordagens interdisciplinares e intervenções integradas. Desta forma, os profissionais de saúde devem dominar competências que ultrapassam o domínio biomédico, incluindo comunicação, gestão emocional e literacia em saúde.
Desigualdades no acesso à saúde
Ainda hoje, continuam a existir desigualdades gritantes no acesso aos cuidados de saúde. Os determinantes sociais como o rendimento, a escolaridade, o local de residência ou a origem étnica influenciam diretamente a saúde dos indivíduos.
É aqui que a atuação dos profissionais de saúde, com consciência crítica e formação adequada, pode fazer toda a diferença.
Importância da formação dos profissionais de saúde
• Pressão e desafios diários
Os profissionais de saúde são confrontados, todos os dias, com realidades intensas e imprevisíveis. Lidam com decisões críticas, cenários de sofrimento humano, recursos por vezes limitados e uma pressão constante para prestar cuidados com qualidade e celeridade. Estes desafios, acumulados ao longo do tempo, geram
desgaste emocional, fadiga e, em muitos casos, sentimentos de impotência.
Uma formação bem orientada prepara os profissionais para reagirem com eficácia, adaptarem-se a contextos desafiantes e preservarem a sua saúde mental. Permite-lhes compreender melhor os seus limites, comunicar com mais empatia e atuar com maior segurança clínica.
Sem formação adequada e contínua, o risco de erro, burnout e desmotivação aumenta.
• Novas exigências da prática clínica
Num sector como o da saúde, a formação contínua é essencial. As exigências atuais da prática clínica pedem mais do que competências técnicas: requerem pensamento crítico, sensibilidade ética, domínio de
novas tecnologias e compreensão das complexidades sociais que influenciam a saúde.
É através da especialização que se constroem profissionais mais preparados, mais humanos e mais conscientes do seu impacto. E quando o profissional cresce, o sistema de saúde fortalece-se. Porque cuidar começa na formação de quem cuida.
Inovação e literacia digital nos cuidados de saúde
A inovação tecnológica tem vindo a redefinir profundamente a forma como os cuidados de saúde são prestados, monitorizados e avaliados. A
digitalização dos sistemas clínicos, a inteligência artificial aplicada ao diagnóstico, a telemedicina e os registos eletrónicos são hoje realidades em expansão. No entanto, a integração eficaz destas ferramentas exige mais do que infraestrutura, exige literacia digital por parte dos profissionais de saúde.
A literacia digital em saúde refere-se à capacidade de utilizar
tecnologias digitais para aceder, compreender, aplicar e comunicar informações relacionadas com a saúde. Trata-se de uma competência transversal que deve ser incluída nos planos de formação dos profissionais, independentemente da sua área de atuação.
Algumas das vantagens da integração da inovação e da literacia digital nos cuidados de saúde são:
• Melhoria na tomada de decisão clínica
Os sistemas de apoio à decisão baseados em inteligência artificial ajudam a interpretar exames, calcular riscos e sugerir abordagens terapêuticas baseadas em evidência.
• Aumento da eficiência dos serviços
Várias ferramentas digitais otimizam processos administrativos, reduzem o tempo de espera e facilitam o acesso a dados do utente em tempo real.
• Facilidade na comunicação interdisciplinar
Algumas plataformas digitais promovem a partilha de informação entre equipas, permitindo decisões mais rápidas e colaborativas.
• Expansão do acesso aos cuidados
A telemedicina permite acompanhar utentes em zonas remotas ou com mobilidade reduzida, garantindo a continuidade da assistência.
• Redução do erro humano
Os sistemas automatizados de prescrição, alertas clínicos e controlo de combinações terapêuticas reduzem riscos associados à prática clínica.
• Reforço da vigilância epidemiológica
A recolha de dados em tempo real permite identificar surtos, mapear riscos e planear respostas rápidas a nível local e nacional.
O Dia Mundial da Saúde não deve ser apenas uma data simbólica. Deve ser um ponto de partida para ações concretas, que melhorem a qualidade dos cuidados, reduzam desigualdades e valorizem aqueles que estão na linha da frente. A formação contínua é a ferramenta mais poderosa para garantir a qualidade, a segurança e a humanização dos cuidados.
Formação especializada:
Uma formação que aprofunda as questões jurídicas e éticas da prática médica e do direito à saúde, face ao impacto das novas tecnologias.
Este curso capacita os profissionais para identificar, prevenir e gerir riscos nas instituições de saúde e sociais, promovendo práticas seguras e de qualidade.
Esta formação alia tecnologia e humanização, permitindo aos profissionais de saúde integrar ferramentas digitais nos cuidados paliativos, com ética, empatia e segurança.