O que há de novo no sono: das doenças aos registos

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O que há de novo no sono: das doenças aos registos

Descubra as mais recentes descobertas e inovações da Medicina do Sono. Conheça ainda formação essencial para profissionais que desejam trabalhar ou progredir nesta área.

O sono desempenha um papel essencial no bem-estar físico e mental. Com o avanço da ciência, compreendemos cada vez melhor o impacto da qualidade do sono na saúde, e também as doenças associadas e as novas abordagens para o seu diagnóstico e tratamento. 
 
Neste artigo, exploramos as mais recentes descobertas e inovações neste campo.
 
 

Novas doenças relacionadas com o sono

 
 
Embora as perturbações do sono sejam amplamente reconhecidas, novas condições têm vindo a surgir, refletindo a crescente complexidade do entendimento sobre o sono e os seus efeitos no organismo. Estas são algumas das doenças emergentes.
 
 

Síndrome da Fragmentação Rápida do Sono (RSDS)

 

 

A RSDS é uma condição recentemente identificada, caracterizada por episódios de interrupção constante do sono profundo, impedindo um descanso adequado e resultando em fadiga crónica, dores de cabeça e outros sintomas. A exposição a luzes artificiais antes de dormir e o uso excessivo de dispositivos eletrónicos têm sido apontados como fatores de risco.
 
 

Apneia Obstrutiva do Sono associada à Perda de Peso

 
 
A apneia do sono é uma condição bem conhecida, mas estudos recentes revelaram que pessoas que perdem peso de forma significativa podem desenvolver uma nova variante da doença. Esta forma de apneia resulta da alteração do tecido da garganta, provocando obstruções respiratórias durante o sono.
 
 

Narcolepsia Tipo 2

 
 
Embora a narcolepsia também já seja uma condição documentada, foi recentemente identificado um novo subtipo, caracterizado por sonolência excessiva sem a presença de cataplexia (perda súbita de tónus muscular). Esta descoberta tem levado à criação de diagnósticos mais precisos e tratamentos específicos para este subtipo da doença.
 
 

Novos meios de diagnóstico

 
 
O diagnóstico das perturbações do sono evoluiu significativamente nos últimos anos, com novas tecnologias que permitem monitorizar o sono de forma mais precisa e detalhada. Entre as principais inovações, destacam-se:
 
Polissonografia de Alta Definição: A polissonografia continua a ser o padrão de referência para o diagnóstico de distúrbios do sono. No entanto, as novas versões de alta definição permitem uma análise mais detalhada das fases do sono e dos movimentos corporais, melhorando a precisão na identificação de doenças como a apneia do sono e as perturbações do movimento durante o sono.
 
Dispositivos Portáteis de Monitorização do Sono: Os avanços na tecnologia dos wearables, como smartwatches e pulseiras fitness, tornaram possível monitorizar o sono de forma contínua, não invasiva e em tempo real. Estes dispositivos avaliam a duração, a qualidade e as fases do sono, identificando padrões que podem indicar problemas como insónia ou apneia. Além disso, os dados recolhidos podem ser partilhados com profissionais de saúde, permitindo diagnósticos mais rápidos e personalizados.
 
Testes Genéticos para Perturbações do Sono: Estudos recentes indicam que algumas perturbações do sono podem ter uma base genética. Através de testes genéticos, é possível identificar predisposições para doenças como a narcolepsia ou distúrbios do ritmo circadiano, possibilitando um diagnóstico mais preciso e tratamentos personalizados de acordo com o perfil genético de cada paciente.
 

Novos tratamentos para perturbações do sono

 

 

Os avanços no diagnóstico têm impulsionado o desenvolvimento de novas abordagens terapêuticas, que tornam o tratamento das perturbações do sono mais eficaz e menos invasivo. Estes são alguns dos tratamentos mais recentes:
 
Terapia Cognitivo-Comportamental para a Insónia (TCC-I): Esta abordagem tem demonstrado uma elevada eficácia no tratamento da insónia crónica. Ao contrário dos medicamentos, que podem ter efeitos adversos, a TCC-I centra-se na modificação de comportamentos e pensamentos que interferem no sono, oferecendo benefícios duradouros sem o risco de dependência.
 
Dispositivos de Estimulação Neural: Novos dispositivos portáteis foram desenvolvidos para estimular o sistema nervoso e melhorar a qualidade do sono. Alguns destes aparelhos utilizam frequências específicas para regular o ritmo circadiano e aumentar a consistência do sono profundo.
 
Medicação inovadora: Embora os benzodiazepínicos e outros sedativos continuem a ser usados no tratamento das perturbações do sono, novas classes de fármacos estão a ser desenvolvidas. Medicamentos que atuam nos recetores de orexina e nos recetores melatonérgicos estão a ser testados como alternativas mais eficazes e com menos efeitos secundários do que os tratamentos tradicionais.
 
• Terapia de Luz e Cronoterapia: A exposição controlada à luz tem-se revelado uma estratégia eficaz para o tratamento de perturbações do ritmo circadiano, como a insónia e a síndrome da fase atrasada do sono. A utilização de luz intensa durante o dia e a limitação da exposição à luz azul à noite pode ajudar a regular o ciclo do sono, sendo especialmente útil para pessoas com horários irregulares ou que sofrem de jet lag.
 
 

Webinário - O que há de novo no sono: das doenças aos registos

 
 
Tendo em conta os avanços científicos no estudo do sono e a crescente importância das perturbações do sono na saúde, o Instituto CRIAP oferece-lhe uma forma de se manter atualizado: o webinário "O que há de novo no sono: das doenças aos registos", com a oradora convidada Professora Doutora Teresa Paiva, especialista em Medicina do Sono e Neurologia.
 
O que pode esperar deste webinário?
 
Durante a sessão, a Dr.ª Teresa Paiva aborda temas como:
• As novas doenças do sono e o seu impacto na saúde.
• As inovações tecnológicas e os novos meios de diagnóstico das perturbações do sono.
• Tratamentos emergentes e abordagens inovadoras para melhorar a qualidade do sono.
 
Inscreva-se e fique a par do futuro da Medicina do Sono.