A sexualidade é uma dimensão essencial da saúde humana. No entanto, continua, muitas vezes, envolta em silêncios, estigmas e constrangimentos, mesmo em contextos clínicos.
Para muitas pessoas, falar sobre questões sexuais com profissionais de saúde ainda representa um desafio. É neste cenário que a Enfermagem se revela crucial. Ao promover uma abordagem empática, informada e sem tabus, os enfermeiros podem desempenhar um papel determinante na promoção da saúde sexual e no bem-estar dos utentes.
Descubra como podem os enfermeiros promover uma abordagem informada, inclusiva e livre de preconceitos no cuidado da saúde sexual.
Saúde Sexual: em que consiste?
A Organização Mundial da Saúde define a saúde sexual como um estado de bem-estar físico, emocional, mental e social relacionado com a sexualidade.
Não é apenas a ausência de doenças ou disfunções, mas sim a possibilidade de viver a sexualidade de forma segura, satisfatória e digna.
A saúde sexual envolve temas como:
• Identidade e expressão de género;
• Desejo e orientação sexual;
• Função sexual e fertilidade;
• Prevenção de infeções sexualmente transmissíveis (IST);
• Direitos sexuais e reprodutivos.
Falar de sexualidade é, por isso, falar de direitos humanos, de qualidade de vida e de saúde integral.
O Papel dos Enfermeiros na Promoção da Saúde Sexual
Os profissionais de enfermagem estão frequentemente na linha da frente do contacto com os utentes. Esta proximidade coloca-os numa posição privilegiada para identificar necessidades, esclarecer dúvidas e intervir precocemente em questões relacionadas com o tema da sexualidade. Entre as principais intervenções dos enfermeiros nesta área, destacam-se:
• Avaliação holística que inclui questões sexuais e afetivas;
• Educação sexual adaptada à idade e contexto dos utentes;
• Aconselhamento em saúde sexual e reprodutiva;
• Promoção de práticas sexuais seguras e prevenção de IST;
• Apoio em situações de disfunção sexual, violência ou trauma sexual.
A abordagem deve ser sempre confidencial, respeitosa e centrada na pessoa, para combater estigmas e promover a autonomia.
A Sexualidade como Parte da Saúde Integral
Ignorar a sexualidade é ignorar uma parte fundamental do ser humano. Questões não abordadas ou mal geridas podem levar ao sofrimento psicológico, a dificuldades relacionais e ao agravamento de problemas de saúde.
Ao integrar a sexualidade na prática de cuidados, os enfermeiros contribuem para:
• Um atendimento mais humano e completo;
• A redução do estigma em torno de temas sexuais;
• A promoção da literacia em saúde sexual;
• O empoderamento dos utentes na gestão da sua saúde.
A sexualidade não deve ser um tema tabu, mas sim uma parte integrante de um cuidado de saúde verdadeiramente centrado na pessoa.
Desafios na Abordagem da Sexualidade em Contexto Clínico
A sexualidade é um tema essencial que merece ser abordado com seriedade no contexto da saúde. No entanto, continua a ser frequentemente negligenciado na prática clínica.
Muitos profissionais sentem-se inseguros ou despreparados para abordar estas questões com naturalidade e rigor técnico. Entre os principais obstáculos identificam-se a falta de formação específica em saúde sexual, os constrangimentos de ordem pessoal e cultural, os preconceitos relacionados com a diversidade sexual e de género, bem como o receio de ofender ou invadir a privacidade do utente.
Ultrapassar estas barreiras exige um investimento consistente em formação contínua, o fortalecimento das competências comunicacionais e a criação de ambientes seguros que favoreçam o diálogo aberto e respeitoso.
Webinário “Sexualidade sem Tabus: O papel da Enfermagem na Saúde Sexual”
O que pode esperar deste webinário?
Durante a sessão serão abordados temas como mitos comuns sobre a sexualidade e como desmistificá-los na prática clínica bem como intervenções e práticas de enfermagem eficazes na promoção da saúde sexual.
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