A Doença de Parkinson é uma condição neurológica crónica que afeta milhões de pessoas em todo o mundo. Trata-se de um problema de saúde que afeta a vida, o bem-estar e a autonomia de quem convive com a doença. O número de casos tem vindo a aumentar e, por isso, torna-se essencial falar sobre o tema.
O Dia Mundial da Doença de Parkinson, assinalado a 11 de abril, é uma oportunidade para informar, sensibilizar e reforçar a importância da investigação e da formação nesta área.
O que é a Doença de Parkinson?
A Doença de Parkinson é uma patologia neurodegenerativa crónica e progressiva que afeta o sistema nervoso central, mais concretamente as células produtoras de dopamina, situadas na substância negra do cérebro.
Esta perda de dopamina prejudica a capacidade do cérebro em coordenar os movimentos e regulações emocionais, o que origina sintomas motores e não-motores que comprometem profundamente a autonomia do indivíduo.
Dia Mundial do Parkinson: Porquê dia 11 de abril?
O dia 11 de abril marca o nascimento de James Parkinson, um médico britânico que descreveu pela primeira vez, em 1817, aquilo a que chamou de "paralisia agitante".
Além de esta data comemorativa ser uma homenagem, trata-se também de um convite à consciencialização global sobre os desafios associados à doença e à urgência de investir em investigação, tratamento e formação especializada.
Sinais de alerta e Sintomas
O início da Doença de Parkinson pode ser silencioso, com alterações discretas que muitas vezes passam despercebidas. No entanto, reconhecer estes primeiros sinais são fundamentais para um diagnóstico precoce e uma melhor resposta ao tratamento. A doença manifesta-se através de sintomas motores e não motores.
Sintomas motores mais comuns:
• Tremor em repouso – geralmente começa numa das mãos, mesmo quando a pessoa está parada.
• Rigidez muscular – sensação de tensão ou enrijecimento nos braços, pernas ou tronco.
• Bradicinésia – lentidão nos movimentos voluntários, tornando tarefas simples mais demoradas.
• Instabilidade postural – dificuldade em manter o equilíbrio, aumentando o risco de quedas.
• Alterações ao caminhar – passos curtos e arrastados, com os braços menos oscilantes ao caminhar.
Sintomas não-motores (muitas vezes precoces):
• Depressão e ansiedade – as alterações de humor podem surgir antes dos sintomas motores.
• Perda de olfato– frequentemente um dos primeiros sinais, mas raramente associado à doença.
• Distúrbios do sono – como movimentos bruscos durante o sono ou insónias.
• Obstipação – funcionamento intestinal mais lento, que pode preceder o diagnóstico por vários anos.
• Fadiga e apatia – sensação constante de cansaço e falta de motivação, mesmo sem esforço físico.
Quais são as causas do Parkinson?
Ainda não se sabe exatamente o que causa a Doença de Parkinson, mas os especialistas acreditam que vários fatores estão envolvidos. A investigação tem mostrado que a doença pode surgir devido a uma combinação de predisposição genética e exposição a fatores ambientais.
Por um lado, existem pessoas com alterações em determinados genes, como o LRRK2 ou o PARK7, que parecem aumentar o risco de desenvolver Parkinson. No entanto, ter esses genes não significa, por si só, que a pessoa vai ter a doença.
Por outro lado, a exposição a certas substâncias no ambiente (como pesticidas, metais pesados ou produtos químicos industriais) também pode aumentar o risco, especialmente quando a exposição é prolongada.
Esta doença continua a ser estudada, mas ainda não há uma causa única nem uma explicação totalmente clara para o surgimento do Parkinson.
O Parkinson tem cura?
A Doença de Parkinson não tem, até hoje, cura.
No entanto, os avanços na medicina têm permitido um controlo progressivamente mais eficaz dos sintomas. A esperança reside não só nos tratamentos atuais, mas também na promessa da ciência, que procura incessantemente novas abordagens, desde a terapia génica à utilização de células estaminais.
A importância da intervenção precoce
O diagnóstico precoce do Parkinson pode alterar significativamente o percurso da doença.
Quando o diagnóstico é feito nas fases iniciais, é possível iniciar o tratamento mais cedo, retardar a progressão dos sintomas e melhorar a qualidade de vida do doente.
Além disso, uma intervenção atempada permite que a pessoa e a sua família se adaptem com maior tranquilidade às novas necessidades, recebam apoio psicológico adequado e adotem hábitos que favorecem a mobilidade, o bem-estar e a independência. A intervenção precoce é, por isso, uma ferramenta poderosa na gestão desta condição.
O papel da formação especializada nesta área
A complexidade da Doença de Parkinson exige profissionais altamente qualificados e preparados para lidar com os seus múltiplos desafios.
A formação especializada é essencial para garantir diagnósticos mais rápidos, tratamentos mais eficazes e um acompanhamento mais humanizado. Desde médicos a terapeutas, passando por enfermeiros e cuidadores, todos beneficiam de formação contínua que lhes permita compreender a evolução da doença, responder às necessidades físicas e emocionais dos doentes e aplicar intervenções baseadas na evidência.
Investir na formação nesta área é investir na dignidade, na autonomia e na qualidade de vida de quem vive com Parkinson.
Conhecimento atualizado para uma resposta eficaz à Doença
A Doença de Parkinson está a tornar-se cada vez mais frequente, exigindo uma preparação sólida por parte dos profissionais que acompanham estas pessoas no seu dia a dia.
Com esse objetivo, disponibilizamos cursos e conteúdos formativos dirigidos a profissionais de saúde e cuidadores, focados nas melhores práticas de apoio, acompanhamento e intervenção nesta doença.
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