Burnout em meio prisional

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Burnout em meio prisional: profissionais “presos” à ansiedade e depressão

Descubra como o Burnout afeta a relação de ajuda dos profissionais que trabalham em meios prisionais.

O meio prisional não é apenas um local de confinamento, é um espelho de várias tensões sociais e, muitas vezes, de políticas públicas insuficientes. 
Neste meio é fundamental existir uma relação de ajuda para humanizar as interações e promover a reinserção social dos reclusos. É nesta ajuda que os profissionais desempenham um papel fundamental e desafiador, tendo em conta o meio de trabalho em que se inserem. 
É cada vez mais visível, o aumento de casos de Burnout nestes profissionais, que afeta não só o seu bem-estar físico, como mental e emocional.

 

A relação de ajuda no meio prisional

 

A relação entre os profissionais e os reclusos vai além de prestar assistência. É um processo estruturado que envolve princípios como a empatia e cuidado pelo outro.

No contexto prisional é necessário ajudar o recluso e compreendê-lo, é fundamental criar um espaço seguro onde estes se sintam confortáveis e possam refletir sobre as suas escolhas e, até mesmo promover a mudança de comportamentos.

Assim, esta relação exige um lado humano, sensível e resiliente, pois evolve um trabalho profundo com pessoas que, muitas vezes, têm traumas, podem apresentar uma grande resistência a intervenções e, até mesmo, podem ter uma grande desconfiança para com figuras de autoridade.  

 

A realidade complexa do meio prisional 

 
O contexto prisional é marcado por ambientes de alta tensão, vigilância constante e por falta de recursos. Existem diversos fatores que põem em causa o meio prisional como: 
  • A sobrelotação das prisões; 
  • A escassez de recursos materiais; 
  • A relação entre os profissionais e os reclusos.
Para os profissionais que atuam no auxílio neste meio, existe um desafio psicológico diário. A exposição a comportamentos agressivos e as próprias limitações impostas pelo sistema, afetam diretamente a capacidade destes profissionais prestarem um trabalho de qualidade. 
 


O impacto psicológico nos profissionais


No meio prisional, existem diversos profissionais que auxiliam os reclusos como: técnicos de reinserção social, assistentes sociais, psicólogos, profissionais de saúde e os próprios guardas prisionais. 
Cada um destes profissionais, tem um papel fulcral no apoio aos reclusos, tanto a nível emocional como na parte da formação profissional para facilitar a reinserção social dos mesmos. 
Para estes profissionais que trabalham diariamente com reclusos, torna-se emocionalmente desgastante. A exposição frequente a conflitos, violência verbal e física, gera uma enorme carga emocional e resulta em impactos profundos na saúde mental dos colaboradores, despoletando condições como depressão e ansiedade. Muitas das vezes, estes sentem-se impotentes e desmotivados para desenvolver esta relação de ajuda. 
 

Burnout: um problema urgente


O Burnout manifesta-se como o culminar de um esgotamento emocional e físico prolongado. 
Neste contexto, o Burnout retrata-se através de sintomas como apatia, insónias, ansiedade, e até mesmo problemas de saúde física, limitando substancialmente o dia-a-dia dos profissionais. 
Entre os fatores que contribuem para o Burnout estão a falta de reconhecimento dos profissionais, a sobrecarga do trabalho e o estado de alerta que vivem no meio prisional, que promove um desconforto e acaba por resultar em consequências nefastas para a saúde mental destes colaboradores. 
 
 

Burnout na relação de ajuda


O Burnout põe em causa a essência da relação de ajuda dos profissionais para com os reclusos. Tendo em consideração que a empatia é basilar nesta relação e o Burnout desencadeia emoções contrárias torna-se difícil para os profissionais desempenharem o seu trabalho da melhor forma. 
Profissionais emocionalmente exaustos e que desenvolvem quadros de ansiedade, adotam comportamentos defensivos e criam barreiras para se distanciar dos reclusos. Este distanciamento afeta diretamente a qualidade das intervenções e da relação de ajuda, diminuindo a confiança e, até mesmo a colaboração dos reclusos. 
 

Estratégias de prevenção do Burnout


A prevenção do Burnout tem início na implementação de políticas que priorizem o bem-estar mental e físico dos profissionais, é necessário haver um equilíbrio entre a vida pessoal e profissional.
O apoio psicológico e supervisão clínica destes profissionais é fundamental para prevenir o impacto que o trabalho que estes desenvolvem no seu dia-a-dia se reflita na sua saúde. 
Por fim, é fundamental que os profissionais que trabalham em meio prisional invistam em práticas de Mindfulness e em atividades físicas que são uma ajuda fulcral para reduzir os níveis de stress e ansiedade. 
 


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  • O Burnout e o stress; 
  • O sistema prisional português;
  • A saúde mental e a intervenção em meio prisional;
  • Prevenção do Burnout.
 
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