Intervenção Psicopedagógica no Contexto Educativo

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Intervenção Psicopedagógica no Contexto Educativo

Descubra a importância da intervenção psicopedagógica no contexto educativo e as abordagens para superar dificuldades de aprendizagem e promover um ambiente de ensino inclusivo.

Estima-se que a incidência das perturbações do desenvolvimento e do comportamento nas crianças varie entre 15 a 18% da população infantil. Já a prevalência de perturbações da aprendizagem pode variar entre 2 a 10% da população escolar.
 
A elevada incidência de perturbações do desenvolvimento, do comportamento e da aprendizagem que se verifica na população infantil requer uma intervenção psicopedagógica específica e adequada às necessidades de cada criança.
Como pode a Intervenção Psicopedagógica em contexto educativo ser uma solução para estes problemas?
 

O que é a Intervenção Psicopedagógica?

 

A Intervenção Psicopedagógica no contexto educativo é uma prática multifacetada, destinada a identificar, analisar e intervir nas dificuldades de aprendizagem que os estudantes podem enfrentar durante o seu percurso escolar.
 
Este método não só contempla a aplicação de técnicas educacionais ajustadas, mas também incorpora uma compreensão aprofundada dos processos psicológicos que influenciam o desenvolvimento cognitivo e emocional do aluno.
 
A Intervenção psicopedagógica é composta por um conjunto de estratégias e procedimentos aplicados por profissionais capacitados para facilitar o processo de formação e superar as barreiras que possam surgir neste contexto.
 
A intervenção é desenhada para atender às necessidades específicas de cada aluno, considerando as suas habilidades, dificuldades e o ambiente educacional em que estão inseridos. Essencialmente, procura reunir e criar as melhores condições para que a aprendizagem ocorra de maneira eficaz e adaptada.
 
 

Objetivos da Intervenção Psicopedagógica

 
Os principais objetivos da intervenção psicopedagógica incluem:
 
  • Identificação das dificuldades de aprendizagem: detetar as especificidades das dificuldades enfrentadas pelos estudantes, que podem variar desde problemas de concentração até transtornos de aprendizagem, como dislexia e discalculia.
  • Desenvolvimento de estratégias de aprendizagem personalizadas: elaborar métodos de ensino que se adequem às necessidades individuais, promovendo um ensino mais inclusivo e acessível.
  • Promoção da autonomia do aluno: incentivar métodos que permitam ao estudante desenvolver independência no processo de aprendizagem, de forma a fortalecer a sua autoconfiança e a sua capacidade de autorregulação.
  • Integração de recursos multidisciplinares: utilizar recursos de diversas disciplinas para enriquecer o processo educativo e garantir uma abordagem holística que considere todos os aspetos do desenvolvimento do aluno.

 

Abordagens mais comuns da Intervenção Psicopedagógica

 
A Intervenção Psicopedagógica é colocada em prática tendo por base algumas abordagens e modelos que variam de acordo com as necessidades e características individuais dos alunos, nomeadamente:
 

Abordagem Cognitiva

Trata-se de uma abordagem focada na maneira como os estudantes processam informações e pressupõe o desenvolvimento de técnicas que auxiliam a melhorar a capacidade de memorização, atenção e pensamento crítico. Estratégias como mapas mentais, resumos e técnicas de mnemónica são frequentemente utilizadas para reforçar a aprendizagem.
 

Abordagem Comportamental

Baseia-se na mudança de comportamentos através de reforços positivos e negativos para encorajar comportamentos adequados à aprendizagem. Técnicas como sistemas de recompensa são comuns nesta abordagem.
 

Abordagem Socioemocional

Esta abordagem considera as emoções e as relações sociais como peças centrais no processo de aprendizagem. Procura desenvolver habilidades emocionais e sociais que ajudam os alunos a gerir melhor as suas interações, emoções e sentimentos em relação à aprendizagem.
 
Em contexto educativo, estas abordagens ocorrem dentro da escola ou instituição de ensino, onde o psicopedagogo trabalha em colaboração com os professores, psicólogos, gestores e outros profissionais.
 
 

O que são perturbações da aprendizagem e do comportamento?

 
A aprendizagem é caracterizada pela combinação de diferentes aptidões tais como, as capacidades visuais e auditivas, a atenção, a memória e a capacidade de solucionar problemas. 
 
Determinados fatores neurológicos comprometem a capacidade de adquirir estas competências e prejudicam o processo de aprendizagem, verificando-se dificuldades através da escrita, da leitura e/ou do cálculo.
 
As Perturbações da Aprendizagem consistem precisamente na complexidade em desenvolver estas capacidades e podem variar consoante a dificuldade apresentada pela criança:
 
  • Perturbação de Aprendizagem Especifica na Leitura (Dislexia)
  • Perturbação de Aprendizagem Especifica na Escrita (Disortografia e Disgrafia)
  • Perturbação de Aprendizagem Específica no Cálculo (Discalculia)
 
Por sua vez, as Perturbações Comportamentais variam mediante os sintomas que a criança manifesta e podem ser definidas como as dificuldades comportamentais e emocionais que estas apresentam.
 
Segundo a American Psychological Association, as Perturbações do Comportamento caracterizam-se por um padrão comportamental persistente e repetitivo no qual são violados direitos básicos de terceiros ou importantes regras e condutas sociais próprias da idade do indivíduo. Estas têm um impacto significativo no desenvolvimento e comportamento da criança, bem como nos contextos familiares, sociais e escolares em que esta se insere.

 

A importância da Intervenção Psicopedagógica nas perturbações da aprendizagem e do comportamento

 
Somos muitas vezes interpelados por profissionais da educação que, na sua prática quotidiana, se sentem “desamparados” por não saberem o que fazer para potenciar a aprendizagem de alunos com certo tipo de necessidades educativas.
 
Percebe-se que as abordagens que utilizam, numa base tentativa-erro, não têm a eficiência desejada e que, apesar do empenho colocado no que fazem, os resultados não são muito satisfatórios.
 
Muitos alunos que frequentam o ensino básico e secundário, apesar das capacidades cognitivas que possuem, revelam dificuldades de aprendizagem e não progridem adequadamente nos conteúdos que a escola lhes oferece.
 
Havendo perturbações do desenvolvimento e/ou da aprendizagem, gerais ou específicas, ou alterações no domínio comportamental, necessitam de um envolvimento educativo adequado, isto é, as estratégias, as atividades e os recursos dirigidos às suas necessidades e características terão de ser diferenciados.
 
O que implica que os profissionais possuam conhecimentos teóricos e teórico-práticos sobre o que os caracteriza especificamente, sobre como proceder à avaliação compreensiva dos alunos, bem como dos seus contextos educativos e como intervir no sentido de levar os alunos a ultrapassarem as suas dificuldades e obter resultados satisfatórios na comunicação, participação e aprendizagem.
 
 

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Artigo da autoria de:

Helena Serra

Condecorada com o título de Comendadora, em 10 de junho de 2005, com a Ordem de Instrução Pública. Professora Coordenadora jubilada da ESEPF, mantendo o vínculo à mesma como docente contratada com horário parcial. Possui o grau de Doutor pela Universidade do Minho, em Estudos da Criança. No World Council for Gifted and Talented Children, obteve especialização em Sobredotação. Tirou o curso do Magistério Primário na ESE de Coimbra e o curso de Direito na Universidade de Coimbra. Tirou o curso de Especialização e de Pós-Graduação em Educação Especial, no Instituto António Aurélio da Costa Ferreira e obteve o diploma de Estudos Superiores Especializados, em Educação Especial, na Escola Superior de Educação de Paula Frassinetti. Exerceu funções docentes durante 51 anos, tanto no ensino especial como regular, tendo lecionado no Ensino Básico e no Ensino Secundário - Escolas Secundárias Filipa de Vilhena e Oliveira Martins, no Porto - como docente do 7.º Grupo. Lecionou no ensino superior-Universidade do Minho, como docente convidada, e na Escola Superior de Educação de Paula Frassinetti, como Professora Coordenadora. Nesta instituição exerceu funções de Presidente do Conselho Técnico Científico, foi Diretora do Centro de Investigação Paula Frassinetti, foi Coordenadora do Departamento de Educação Especial, foi Diretora e Professora do curso de Mestrado em Ciências da Educação, área de especialização em Educação Especial e Coordenadora e ou Professora de vários Cursos de Pós-Graduação e de Mestrado. Exerce funções de Presidente da mesa da Assembleia Geral da Associação Portuguesa de Crianças Sobredotadas (APCS) e foi Presidente da Direção da mesma durante uma década. É Presidente da mesa da Assembleia Geral da Associação Portuguesa de Dislexia (DISLEX).