Ludoterapia: a psicoterapia através do brincar

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Ludoterapia: a psicoterapia através do brincar

A intervenção psicológica com crianças reveste-se de especificidades que se prendem com as suas características e fases de desenvolvimento, com a presença marcada do simbolismo e o recurso ao brincar como principal ferramenta de compreensão e de comunicação com a criança.

O desenvolvimento da Ludoterapia

 

A Ludoterapia vem sendo abordada no campo psicoterapêutico internacional desde o início do século XX, de forma mais ou menos estruturada, tendo sofrido francos desenvolvimentos na segunda metade do século e sido alvo de importantes reflexões de diferentes modelos teóricos. A valorização da mesma como forma primordial de abordar a consulta psicoterapêutica com a criança tem sido cada vez maior, sendo impossível contornar a sua importância quando se trabalha em psicoterapia infantil.

Hoje em dia, o brincar faz parte da maioria dos processos psicoterapêuticos infantis, havendo um campo teórico de suporte mais sólido e coerente. Os métodos de análise e interpretação do brincar diferem de acordo com a perspetiva teórica e hipóteses do clínico, mas centram-se no facto de que o brincar é o modo natural da criança se expressar. Constitui-se como uma oportunidade de a criança ensaiar “brincando” os seus sentimentos e problemas, tal como numa terapia com adultos estes ensaiam “falando”.

 

A Ludoterapia Centrada na Criança

 

A Ludoterapia Centrada na Criança, com as suas especificidades e modelo muito próprio de utilização do brincar no contexto psicoterapêutico infantil, com raízes no modelo rogeriano centrado na pessoa, é uma abordagem que tem por base uma visão da criança como resiliente e capaz de conduzir o seu próprio processo desenvolvimental num contexto emocional facilitador e tendo por base uma relação terapêutica em que o respeito pelas suas capacidades está sempre presente.

 

Os benefícios da Ludoterapia

 

O tratamento ludoterapêutico traz diversos benefícios para o desenvolvimento emocional e pessoa da criança.

  • Auxilia na exteriorização de sentimentos e emoções;
  • Encoraja a autoexpressão;
  • Permite a liberação de medos, apreensões, instabilidade, irritabilidade, insegurança, frustrações;
  • Eleva a autoestima;
  • Melhora as habilidades sociais e relacionamentos com pais, professores e colegas;
  • Facilita a compreensão dos próprios sentimentos por parte da criança;
  • Desenvolve a habilidade de lidar com frustração e situações difíceis;
  • Previne futuros conflitos interpessoais.

 

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Artigo da autoria de:
Raíssa Santos

Psicóloga Clínica pelo ISPA desde 2002. Doutorada em Psicologia Clínica pela FP-UL. Formação em Psicoterapia Psicodinâmica. Psicoterapeuta de Crianças e Adolescentes. Autora da Colecção Expressões e da obra "Intervenção Psicológica com Ludoterapia Centrada na Criança" (Pactor, Setembro 2018). Formadora Certificada. Título de Especialista em Psicologia Clínica e da Saúde pela OPP