Luto: sabemos lidar com as perdas?

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Luto: sabemos lidar com as perdas?

As perdas normalmente atingem as pessoas em cheio, causando lágrimas, arrependimentos, desespero e depressão. Essas são reações normais, esperadas e necessárias para aliviar a tristeza causada pela morte de alguém querido. Todavia, será que elas seriam mais brandas se houvesse a compreensão e a aceitação da eminência da morte?

O que é o luto?

 

 

Frequentemente associamos o luto à morte de alguém de quem se ama, pois, a morte é o corte mais definitivo de um laço de amor que podemos viver. No entanto, o processo de luto também se dá por outros motivos como uma separação, pela perda do animal de estimação, por diagnósticos de doença, quando a estabilidade física é ameaçada ou em casos onde o corpo foi realmente afetado por algum tipo de intervenção, como a perda de um membro, cicatrizes, etc. 
 

Além disto, o luto também pode acontecer, quando uma pessoa perde o seu emprego ou vive uma falência financeira, tendo sua vida modificada e planos futuros ameaçados. O processo de luto é composto por vários sentimentos que se misturam e intercalam de forma pouco organizada, podendo provocar instabilidade emocional, cognitiva e orgânica de quem passa pelo processo.
 

Sentimentos como tristeza, desânimo, culpa, raiva, medo, ansiedade, dificuldade para dormir, acordar ou se concentrar, desinteresse pelas coisas cotidianas, choro repentino, falta de apetite ou comer em excesso, insegurança, pensamento recorrente a situação acontecida, são característicos ao luto – e podem se transformar em um problema mais grave, quando se tornam intoleráveis, provocando muito sofrimento e um excesso de mal-estar na pessoa em luto. 

 

 

Os cinco estágios do Luto

 

 

A primeira pessoa a falar sobre as cinco fases do luto foi a psiquiatra suíça-americana, Elisabeth Kübler-Ross (1926 – 2004). Dedicou grande parte da sua vida a estudar as reações emocionais de pacientes terminais sobretudo pacientes de cancro e de sida, partilhando parte do seu tempo em momentos de solidão. A sua principal luta era humanizar o tratamento desses pacientes em hospitais e clínicas, além de educar uma geração de médicos sobre a morte e o luto de familiares.  

As cinco fases do luto não são vividas linearmente, como se costuma acreditar. Cada indivíduo passa por essa experiência de modo singular, de acordo com as suas competências emocionais e história de vida. Não há regras para viver o luto.

 

 

Negação
 

 

A negação, neste caso, tem como objetivo proteger o individuo de uma verdade inconveniente, a qual pode desestruturá-lo psicologicamente. Deste modo, esse estágio do luto pode demorar minutos, dias ou semanas para passar.

 

Raiva

 

 

Sentimentos de raiva, angústia, desespero, medo, culpa e frustração se manifestam constantemente. Este turbilhão domina a mente da pessoa em sofrimento, fazendo-a ter condutas ríspidas e desagradáveis. É possível que a pessoa em luto expresse a sua raiva por meio de atitudes autodestrutivas, como beber exageradamente, brigar com desconhecidos e destruir propriedade alheia.

 

 

Negociação

 

 

Esta fase do luto é constituída por negociações. A pessoa enlutada negoceia com ela própria ou com a entidade superior em que acredita na tentativa desesperada de aliviar a sua dor. Diversos pensamentos de “e se eu tivesse feito isto” ou de “se eu fizer X coisa, posso reverter a situação” rondam a mente da pessoa em luto.

 

 

Depressão

 

 

Uma das cinco fases do luto mais intensas é a depressão. A pessoa é investida por um grande sofrimento, o qual se pode prolongar por semanas ou meses. Ela prende-se à dor causada pela partida do ente querido, usando-a como combustível para permanecer em estado depressivo. Este estágio do luto requer conversa e apoio de pessoas próximas, além de acompanhamento psicológico. A pessoa em luto pode acabar por desenvolver um transtorno de depressão profundo e não conseguir chegar ao estágio de aceitação da morte.

 

 

Aceitação

 

 

A aceitação é o último estágio do luto, mesmo quando a experiência não é linear. É neste momento que a pessoa enlutada compreende a sua nova realidade, constituída pela ausência de quem partiu. Os sentimentos e angústias já foram exteriorizados, resultando numa sensação de paz interior.

 

Aceitar significa conviver diariamente com a perda, lembrando-se desta com carinho. O processo de luto não é patológico. Ele é uma resposta emocional esperada em uma situação de perda. Viver o luto é um direito de todas as pessoas, independente do grau de parentesco ou de afinidade com quem partiu.

Vamos debater melhor este tema no nosso próximo Webinar: Processo de luto e suas complicações: abordagem integrativa,  com a Professora Alexandra Coelho. Contamos ainda com o nosso Curso Avançado em Intervenção Psicológica no Luto com o Professor Rui Ramos certificado e acreditado pela Ordem dos Psicólogos e com a Especialização Avançada em Intervenção Psicológica no Luto com a coordenação cientifica da Professora Sofia Gabriel e do Professor Mauro Paulino.

 

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