O papel do nutricionista nos distúrbios alimentares e na promoção do bem-estar

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O papel do nutricionista nos distúrbios alimentares e na promoção do bem-estar

O nutricionista assume um papel essencial no tratamento de distúrbios alimentares, como anorexia e bulimia, e na promoção de bem-estar. Saiba como.

Os distúrbios alimentares são condições complexas que afetam milhares de pessoas em todo o mundo, sendo caracterizados por padrões disfuncionais de comportamento alimentar e preocupações excessivas com o peso e a imagem corporal.

O nutricionista desempenha um papel importante na prevenção e no tratamento destas perturbações, ajudando os pacientes a desenvolver uma relação saudável com a comida e promovendo o bem-estar físico e mental. 

 

Causas do distúrbio alimentar 

 

As causas dos distúrbios alimentares são multifatoriais, resultando da interação entre aspetos biológicos, psicológicos e socioculturais. Entre as principais causas, destacam-se:

  • Fatores genéticos: o historial familiar de distúrbios alimentares pode aumentar a predisposição para o seu desenvolvimento;
  • Influências socioculturais: a pressão social para atingir padrões estéticos irreais, promovidos pelos meios de comunicação e redes sociais, influencia o comportamento alimentar;
  • Fatores psicológicos: baixa autoestima, perfecionismo, ansiedade e depressão são frequentemente associados aos distúrbios alimentares;
  • Ambiente familiar: dinâmicas familiares disfuncionais, histórico de traumas ou abuso emocional podem contribuir para o desenvolvimento destas perturbações;
  • Fatores neurobiológicos: desequilíbrios na regulação de neurotransmissores, como a serotonina e a dopamina, também podem estar associados a distúrbios alimentares.

 

Tipos de distúrbios alimentares

 

Os distúrbios alimentares são classificados de acordo com os padrões anormais de consumo alimentar e a relação disfuncional com a comida. Os principais tipos de distúrbios alimentares incluem:

 

Anorexia nervosa

A anorexia nervosa é caracterizada por uma restrição alimentar extrema, medo intenso de ganhar peso e distorção da imagem corporal. Os sintomas incluem:

  • Redução drástica do consumo calórico;
  • Prática excessiva de exercícios físicos;
  • Uso abusivo de laxantes e diuréticos;
  • Amenorreia (ausência de menstruação);
  • Perda de peso significativa e fraqueza generalizada.

 

Bulimia nervosa

 

A bulimia nervosa é caracterizada por episódios de compulsão alimentar seguidos por comportamentos compensatórios, como vómitos induzidos, uso excessivo de laxantes e jejuns prolongados. Os sintomas incluem:

  • Ingestão exagerada de alimentos em curtos períodos;
  • Sensação de falta de controlo durante os episódios;
  • Preocupação excessiva com o peso e a imagem corporal;
  • Danos dentários e inflamações na garganta devido ao vómito frequente.

 

Voracidade alimentar

 

Conhecida também como transtorno da compulsão alimentar, esta condição caracteriza-se por episódios recorrentes de consumo excessivo de alimentos, sem comportamentos compensatórios. Os principais sintomas incluem:

  • Comer grandes quantidades de comida rapidamente;
  • Sensação de culpa ou vergonha após os episódios;
  • Comer mesmo sem sentir fome;
  • Comer sozinho para esconder a quantidade ingerida.

 

"Night Eating Syndrome"

 

O "Night Eating Syndrome" (Síndrome da Alimentação Noturna) é caracterizado pela ingestão excessiva de alimentos no período noturno, acompanhada por distúrbios do sono e alterações metabólicas. Os sintomas incluem:

  • Consumo de pelo menos 25% das calorias diárias após o jantar;
  • Despertar noturno com necessidade de comer;
  • Falta de apetite matinal;
  • Possível relação com quadros de ansiedade e depressão.

 

Comportamento alimentar e o papel do nutricionista

 

O comportamento alimentar refere-se aos hábitos e atitudes de um indivíduo em relação à comida. O nutricionista desempenha um papel crucial na avaliação e modificação destes comportamentos, ajudando os pacientes a desenvolver uma relação equilibrada com a comida.

 

Estratégias alimentares para o tratamento dos distúrbios alimentares

 

Os distúrbios alimentares exigem uma abordagem especializada e multidisciplinar. O nutricionista tem um papel determinante na promoção de padrões alimentares saudáveis e na reabilitação do comportamento alimentar.

 Algumas estratégias nutricionais incluem:

  • Educação alimentar: desmistificar dietas restritivas e promover uma relação equilibrada com a comida;
  • Planeamento alimentar individualizado: criar planos adaptados às necessidades nutricionais do paciente, considerando histórico e padrões alimentares; 
  • Alimentação consciente: desenvolver estratégias para uma melhor perceção da saciedade e da fome emocional;
  • Reintrodução gradual de alimentos: para casos de anorexia e restrição severa, o aumento progressivo da ingestão calórica é fundamental;
  • Acompanhamento multiprofissional: trabalhar em conjunto com psicólogos e psiquiatras para um tratamento eficaz e holístico.

 

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