Quem sou? Como cheguei aqui? Para onde vou?
Quem não fez já estas perguntas a si próprio? Filosofando e reflectindo um pouco sobre estas e outras questões, verificaremos que estas se multiplicam à medida que as vamos fazendo.
Das afirmações que irei fazer de seguida, umas serão fundamentadas cientificamente, pois resultam do trabalho de investigação de numerosos cientistas que provaram com as suas experiências e observações que assim acontecia.
Outras são baseadas na experiência comum e no chamado bom senso. Todos constatamos isso no nosso dia-a-dia.
E, finalmente, outras são puros sonhos, fantasias da minha e de outras mentes. Mas, como diz o poeta, “o sonho comanda a vida”. E é verdade!
- Se o homem não sonhasse ir à lua, nunca lá teria ido.
- Se o homem não sonhasse com uma vida melhor, nada faria para a alcançar.
- Se nós não sonhássemos compreender a complexidade do ser humano, nunca o estudaríamos.
São, pois, as interrogações, os ses, as hipóteses de explicação, que nos levam a conhecer cada vez mais e mais.
Vem a propósito recordar com o filósofo “só sei que nada sei”, isto é, quanto mais sei, mais sei o quanto me falta saber. Aqueles que não conhecem um determinado assunto, não se preocupam com ele, não se interrogam sobre ele. Pelo contrário aquele que conhece algo, vai multiplicando as questões que lhe permitem ir mais longe no conhecimento.
Uma Filosofia de Vida
As decisões e ações que se empreendem ao longo da nossa vida, são sempre norteadas pela nossa filosofia de vida, isto é, os nossos valores, crenças, atitudes, visão do mundo, enfim a nossa utopia. A filosofia ajuda-nos a responder a questões colocadas mais atrás e outras: Quem sou? Como cheguei aqui? Para onde vou? Como vou? O que faço? etc. A minha filosofia determina a minha maneira de ver o mundo, interpreta as minhas experiências, como vejo as pessoas e as relações que mantenho com elas. A filosofia é saber como é que a minha mente funciona. Sim, todos nós possuímos uma filosofia de vida. Uns, mais definida, detalhada e consciente, outros mais vaga e baseada em sentimentos e intuições do que é certo ou errado. Como diz o filósofo “Se não souberes para onde vais, qualquer estrada te leva lá”, isto é, se souberes o que queres atingir na tua actividade profissional, terás que escolher o melhor caminho para lá chegar e assim seres um profissional de êxito.
As pessoas sem uma filosofia bem definida, têm falta de direcção e rapidamente sucumbem às pressões externas. Provavelmente todos conhecem a história do velho, do miúdo e do burro.
Era uma vez um velho, um miúdo e um burro. Dirigiam-se para a cidade e decidiram que o miúdo iria a cavalo no burro. A certa altura, passaram por eles algumas pessoas que, indignadas, exclamaram que era uma vergonha o miúdo ir montado no burro e o velho a pé. O velho e o miúdo acharam que talvez a crítica estivesse correcta e decidiram trocar de posições. Mais tarde, passaram outras pessoas que, igualmente indignadas disseram que era realmente uma vergonha o velho obrigar um miúdo tão pequeno a ir a pé e ele a cavalo. Os dois decidiram, então, ir os dois a pé. Passado algum tempo, outras pessoas passaram por eles e dirigindo-se-lhes disseram que era uma estupidez ir a pé quando tinham um burro para montar. O velho e o miúdo acharam que talvez tivessem razão, por isso, decidiram ir os dois montados no burro. Passado mais algum tempo, cruzam-se com outras pessoas que exclamaram que era uma vergonha carregar de tal forma o pobre animal. O velho e o miúdo concordaram que talvez as pessoas tivessem razão e decidiram, então, ser eles próprios a carregar com o burro. Quando atravessavam uma ponte não conseguiram segurar o animal e este cai no rio e afoga-se. A moral da história, é a de que, se tentas agradar a todos, acabas por perder o que há de mais importante para ti.
Ao contrário, uma filosofia bem definida ajuda-o a tomar as decisões importantes a que tem de fazer face todos os dias.
Há alguém que refere que será muito mais a filosofia de cada um que o conhecimento técnico da profissão que fará com que não se perca o “burro”, isto é, nos manterá longe do insucesso.
Possuindo uma filosofia bem definida não teremos dúvidas ou incertezas na formulação do nosso estilo de vida, disciplina, códigos de conduta, perspectivas de competição, objectivos a curto, médio e longo prazo e muitos outros aspectos da vida pessoal e profissional. “Se dedicares tanto tempo ao desenvolvimento da tua filosofia como dedicas ao desenvolvimento do conhecimento técnico da tua profissão, serás melhor profissional” (Martens, 1987, p.4).
A filosofia consiste em crenças e princípios que servem de orientação para a acção. E isto, serve tanto para a vida em geral como para a actividade profissional.
Conhecer-se a si próprio é o primeiro passo para o desenvolvimento da filosofia. Os valores, personalidade e autoestima, têm um papel importante na forma como nos relacionamos uns com os outros.
Se não nos conhecemos, como é possível sermos consistentes no nosso comportamento e pedirmos consistência de comportamento aos outros?
Se não conhecemos as razões por que agimos desta ou daquela maneira, como podemos ser eficazes no nosso comportamento?
Existem duas vias para nos conhecermos melhor. A primeira é interrogarmo-nos a nós próprios para compreendermos os nossos sentimentos e reacções face aos acontecimentos da vida e às causas desses sentimentos e reações. A segunda, é pedirmos aos outros (familiares, amigos, colegas, etc.) que nos digam como é que nos vêem e como reagem aos nossos comportamentos.
Agora, poderemos perguntar. O que é que eu tenho de conhecer de mim próprio?
De entre os múltiplos aspectos que fazem de nós seres únicos, como por exemplo a nossa personalidade, autoestima e abertura em relação aos outros, os nossos valores são talvez o aspecto mais importante na definição da nossa filosofia de vida.
Assim, o primeiro passo no desenvolvimento da filosofia é determinar quais são as coisas que verdadeiramente valorizamos na nossa vida, isto é, como olhamos para o mundo.
Os nossos comportamentos são o resultado das escolhas conscientes ou inconscientes que fazemos diariamente. Estas escolhas são estabelecidas em função de critérios de avaliação. Entre estes critérios, os mais elevados na hierarquia, isto é, os mais importantes, são os valores. Estes são utilizados na avaliação do que nós consideramos estar bem e que é bom, tanto do ponto de vista moral como estético. São, portanto, os valores que, determinando os nossos comportamentos, decidem o rumo que toma a nossa vida.
Os nossos valores podem ser conscientes, semi-conscientes ou inconscientes. O conhecimento dos nossos valores e dos nossos anti-valores (o contrário dos valores) permite que nos motivemos facilmente e que estejamos seguros de nos dirigirmos numa direcção satisfatória para nós e ao mesmo tempo tornarmo-nos autores e realizadores do filme da nossa vida.
Uma das formas de conseguirmos isso é utilizando as modernas técnicas da Programação Neuro-Linguística (P.N.L.), de que vos deixo os princípios gerais.
A Programação Neuro-Linguística (P.N.L.)
A Programação Neuro-Linguística é um conjunto de técnicas de observação, de codificação e de intervenção destinadas as estudar a estrutura da experiência subjetiva, a compreender melhor a interação ou comunicação interpessoal e a favorecer a mudança.
Partindo de uma filosofia de base positiva procura analisar e compreender os comportamentos de sucesso do ser humano, para a partir desses comportamentos criar e aplicar programas comportamentais eficazes.
A Programação Neuro-Linguística é, portanto, fundamentalmente, uma teoria de aprendizagem e defende que é melhor saber como é que as coisas funcionam do que porque é que não funcionam.
O princípio básico da PNL é que o cérebro Humano cria e aplica programas comportamentais e que, sempre que um programa não é eficaz, pode ser substituído por outro.
Ora, estes programas não são mais que circuitos neuronais que vão sendo desenvolvidos ao longo da nossa vida, de acordo com as necessidades de cada momento.
A aprendizagem não é mais do que a consolidação de um determinado circuito neuronal que poderá ser utilizado mais tarde. Assim, quantos mais circuitos tivermos disponíveis, mais alternativas de resposta temos à nossa disposição e, consequentemente, mais eficaz será o nosso comportamento e com maior facilidade nos poderemos adaptar ao meio que nos circunda.