Transtorno de Personalidade Borderline

Todos os dias estamos sujeitos a situações que nos afetam de diferentes formas, seja a nível físico, psicológico ou emocional. Para quem sofre de Transtorno de Personalidade Borderline estas situações tornam-se mais complicadas de gerir, uma vez que, as mesmas se tornam mais intensas e, por vezes, desproporcionais à realidade.

O Transtorno de Personalidade Borderline é caracterizado pela instabilidade emocional e hipersensibilidade, desde os relacionamentos interpessoais à autoimagem, passando pelas mudanças de humor extremas e impulsividade, que também são características comuns da doença.

Normalmente, o Transtorno de Personalidade Borderline só é diagnosticado no início da vida adulta e, a razão pela qual uma pessoa desenvolve o transtorno pode estar ligada às vivências da infância ou predisposição genética.

Traumas experienciados na infância, como abuso físico ou sexual, negligência, chantagem emocional e/ou perda de um parente é comum entre os pacientes com TPB. Fatores genéticos também são importantes pois, um paciente com um parente de primeiro grau que sofra com TPB tem maior probabilidade de ser diagnosticado com a doença.

Conheça os 5 sintomas mais comuns do Transtorno de Personalidade Borderline:

• Medo do abandono   
• Constante mudança na autoimagem
• Relações Instáveis
• Comportamentos Autodestrutivos e Impulsivos
• Automutilação

Medo do Abandono

As pessoas que sofrem com Transtorno de Personalidade Borderline temem ficar sozinhas ou serem abandonadas. Um pequeno atraso ou uma frase mal-entendida pode ser um momento de pressão para pessoas com esta doença.

Constante mudança na autoimagem

A autoimagem é a representação que alguém faz de si próprio, sendo a maneira como alguém se vê em relação à sua personalidade, às suas conquistas ou tendo em conta a sua importância numa cultura ou sociedade. Para as pessoas que sofrem com TPB tudo é instável incluindo a sua imagem. Por isso, as alterações constantes à sua identidade, incluindo a mudança de objetivos e valores são um dos sintomas mais comuns em quem sofre com a doença.

Relações Instáveis

Um padrão de relações intensas e instáveis ??com familiares, amigos e entes queridos, muitas vezes passando de extrema proximidade e amor (idealização) a extrema fúria ou ódio (desvalorização). Impulsividade: idealizam pessoas, se apaixonam e desapaixonam de modo fulminante. Rapidamente desenvolvem admiração e desencanto por alguém.

Comportamento Autodestrutivo e Impulsivo

Todos lidamos com a raiva de forma diferente. Quem sofre de TPD, tem maior dificuldade em controlar a sua raiva e não tem as mesmas estratégias de controlo. As ações simples e as reações dos outros ao seu redor podem ser interpretadas por eles como sinais de rejeição, negligência e isolamento que os deixam com raiva sem motivo aparente. Essa raiva muitas vezes é expressada com intensidade desproporcional à situação real.

Automutilação

Muitas vezes ameaçam fazer mal a si próprios e, por vezes, passam mesmo ao ato. Em determinadas situações os comportamentos de automutilação podem ser pouco evidentes, como arranhar a pele ou rapar o cabelo. Em momentos de instabilidade emocional, a dor física é usada como válvula de escape. Apresenta um risco aumentado de suicídio, manifestando ameaças e realizando tentativas em momentos de extrema angústia.

Apesar dos obstáculos e desafios, o transtorno de personalidade borderline tem tratamento, no sentido de ser possível uma recuperação. No entanto, é comum a pessoa com este transtorno evitar ou ignorar qualquer ajuda sendo importante, por isso, o seu incentivo e apoio. É importante lembrar que nunca está sozinho, independentemente de qualquer obstáculo ou situação, existe sempre alguém disposto para ouvir as suas preocupações e para o ajudar da melhor forma possível.

Existem vários psicólogos em Portugal que lhe podem ajudar a encontrar conforto e fazê-lo sentir-se visto, é passo enorme reconhecer que precisamos de ajuda profissional, então não hesite a procura-la.

"O vazio afetivo dos jovens borderlines é tão grande que eles vivem em um estado de carência, mesmo que sejam profundamente amados e cuidados por seus familiares‘’.

Ana Beatriz Barbosa da Silva "Mentes Que Amam Demais"

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