Violência não é amor

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Violência não é amor

A violência no namoro continua a ser uma realidade presente na nossa sociedade. Conheça um pouco mais sobre este tema e que Associações pode contactar para solicitar ajuda.

Não é de hoje que a violência doméstica, nomeadamente a violência no namoro é bem conhecida. Antigamente, as mulheres eram obrigadas a ser submissas ao homem e se não cumprissem com os seus deveres conjugais, o marido abusava violentamente delas.  Com o evoluir da história e dos tempos, a mulher emancipou-se e começou a ganhar espaço e a evidenciar-se na sociedade, mostrando ao homem que violência não é amor. Contudo, este tipo de violência acontece não só no sexo feminino, mas também no masculino, crianças, idosos e também na comunidade LGBTI.

 

Conheça os 6 tipos de abuso definidos pela APAV – Associação Portuguesa de Apoio à Vítima

 

Segundo a APAV – Associação Portuguesa de Apoio à Vítima, a violência doméstica é composta por 6 tipos de abuso:

 

  • Violência emocional – está relacionada com fazer o companheiro/a sentir-se com medo, inferiorizado e até inútil. Normalmente são utilizados comportamentos como a humilhação, chantagem, ameaças a entes queridos ou até mesmo ferir animais de estimação.

 

  • Violência Social – é referente a comportamentos de controlo da vida social do outro. Como por exemplo, controlo do telemóvel no que diz respeito a mensagens e chamadas, proibição de sair de casa ou até mesmo de conviver com amigos e/ou família.

 

  • Violência Física – é relativa à agressão física do agressor para com o seu companheiro/a.  Poderá manifestar-se através de comportamentos como: empurrar, pontapear, esmurrar, estrangular ou até mesmo o impedimento da toma/obtenção de qualquer medicamento.

 

  • Violência Sexual – qualquer comportamento que force o companheiro/a à prática de atos sexuais quando este não o deseja. São exemplos deste tipo de violência: forçar relações sexuais contra a vontade do outro, prática de relações sexuais desprotegidas ou até mesmo forçar relações sexuais com outra pessoa.

 

  • Violência Financeira – comportamento de controlo do dinheiro do outro sem que o mesmo o permita/queira. Este comportamento pode verificar-se através das seguintes ações: controlar os gastos do companheiro/a, controlar o seu ordenado, justificação de gastos do outro para com o agressor ou até mesmo ameaças relativas à retirada de qualquer apoio financeiro.

 

  • Perseguição – é referente a comportamentos de intimidação ao companheiro/a. Estes comportamentos podem manifestar-se através de: controlo dos movimentos do outro dentro e/ou fora de casa, observar ou seguir o companheiro/a quando este sai sozinho para qualquer lugar, seja trabalho, passear ou até compras.

 

Algumas destas formas de violência doméstica são mais fáceis de provar ou testemunhar que outras. A violência emocional e psicológica é a mais difícil de comprovar uma vez que as únicas marcas que deixam são na vítima. A pandemia Covid-19 veio agravar estes tipos de violência no namoro, visto que muitas pessoas passaram a trabalhar em casa, a viver mais sedentariamente, sob maior stress e ansiedade, acabando por descarregar na pessoa mais próxima, a pessoa com quem vivem, normalmente namorada/o.  

A violência no namoro é uma realidade ainda muito presente na nossa sociedade. O Observatório de Violência no Namoro funciona como uma plataforma online de denúncia deste tipo de violência. O mesmo realiza estudos sobre esta temática desde 2017, sendo que os dados relativos a 2020 evidenciam um decréscimo no número de denúncias de violência no namoro. Contudo, apesar deste número ter decrescido, não significa que haja menos vítimas.

A maioria das vítimas tem receio de denunciar o agressor devido às repercussões que poderá ter no futuro. Este estudo, afirma que as vítimas são maioritariamente mulheres e que os agressores são maioritariamente homens e namorados das vítimas. Porém, apesar da violência no namoro ocorrer na sua maioria com mulheres, existem vários homens vítimas deste tipo de violência. Muitas das vezes as suas companheiras reagem agressivamente como mecanismo de autodefesa, mas noutras situações não. Os homens, muitos deles habituados a ter comportamento de controlo perante estas situações sentem-se envergonhados, não fazendo queixa das suas companheiras por medo de repercussões sociais futuras.  

 

Em 2021, o Governo, nomeadamente a Secretária de Estado para a Cidadania e a Igualdade, Rosa Monteiro juntamente com a Comissão para a Cidadania e a Igualdade de Género e ainda com a colaboração de algumas associações, realizou uma campanha “#PortugalContraAViolência” com o intuito de assinalar o Dia Internacional pela Eliminação da Violência Contra as Mulheres, mas também para reforçar a vigilância da violência doméstica e chamar a atenção para o impacto que este crime tem não só em mulheres, mas também em crianças. Um dos principais objetivos era fortalecer a responsabilidade coletiva, divulgando mecanismos e organizações de apoio à vítima. O slogan desta campanha ficou associado a este tempo pandémico “Enquanto houver uma mulher vitima de violência doméstica, não vai ficar tudo bem” e tinha como imagem o arco-íris que todos conhecemos do “vai ficar tudo bem” de forma a tornar a comunicação da campanha forte, memorável para quem vê e impactante. Esta campanha veio realçar a urgente e necessária consciencialização da sociedade perante esta causa.

 

São muitas as pessoas que têm uma amiga/o que em desabafo diz “Ele gritou comigo e insultou-me” ou “ele empurrou-me e bati contra a mesa. Mas foi no calor do momento porque ele não o queria fazer, ele ama-me e está sempre a dizê-lo”. É importante frisar que a violência verbal também é violência no namoro e que violência não é amor.

É de extrema importância estarmos alerta aos sinais que indiquem qualquer tipo de violência doméstica e sabermos como reagir perante os mesmos. Nos dias de hoje, várias pessoas sofrem um tipo de violência diferente dos referidos acima, mas continua a ser violência. Referimo-nos à violência social em meios digitais, nomeadamente nas redes sociais.

 

A evolução para o digital trouxe consigo muitos aspetos positivos, mas também alguns menos positivos como este, em que tudo acontece nas redes sociais, em que em segundos tudo é visto e partilhado. Há que denunciar estes casos de violência, mas sempre com cautela para não prejudicar ainda mais a vítima.

 

Precisa de ajuda relativamente a algum caso de violência doméstica? Consulte as seguintes Associações

 

Apresentamos abaixo algumas Associações que poderão ajudar, quer em termos de denúncia quer para pedir informações ou até mesmo ajuda:

 

 

Existem muitas outras Associações, estas são apenas algumas. Poderão procurar tendo em conta a zona de residência da vítima para agilizar qualquer processo. O primeiro passo é sempre o mais difícil, fazer uma chamada ou até mesmo uma denuncia, mas não baixemos os braços perante esta causa.

A violência no namoro é uma forma de violência doméstica e esta é considerada um crime público. Muitas vezes este tipo de violência começa por ser emocional, verbal ou psicológico, mas rapidamente se transforma em violência física, social e sexual.

Devemos informar-nos e educar-nos melhor quanto a esta matéria porque violência não é amor. Amor é olhar pelo outro. Amor é tratar bem do outro, é cuidar, é dar carinho. Amor é acompanhar o outro nos bons e nos maus momentos. Amor é a forma mais bonita de ser-se feliz.

Intimidar, insultar, criticar, controlar, magoar, invadir o espaço e a privacidade social do companheiro/a não é amor. Todos estes comportamentos são atos de violência no namoro, e violência não é amor.

 

 

Deseja aprofundar sobre o tema Violência no Namoro?

 

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A violência nas relações de intimidade é uma das agressões físicas que pode ocorrer na violência no namoro. Este tipo de violência tem impactos psicossociais e é preciso perceber como intervir nestas situações.

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